21 de nov. de 2011

Faz de conta terminou assim.

Este é um texto encomendado. Talvez isso seja a primeira coisa que você deveria saber sobre ele.
Uma segunda coisa provém do mistério, dos fragmentos de pequenas moléculas que o compõem e que costuram seus fios pra algum rumo.
Essa escritura é a chance de recomeçar de outros lugares e de retornar viva essa fábula que ficou pra trás em algum instante.
Uma realidade passageira que descansará em breve em alguma esquina, de páginas amarelas, de algum livro isolado qualquer.
De olhos cerrados reconto essa história pra você, que me lê desatento e apressado, rindo do sol que faz lá fora e aqui dentro.
Fomos feitos pra não durar,  não era isso que você me dizia todas aquelas manhãs?
Acreditei com tanta veemência e insanidade nessa verdade que fiz dela escolta, paixão e tatuagem.
Consegui te amar pra não durar,desde então.
Efêmero como o sol que pousava na janela do ônibus e como a chuva que corria toda noite pra coroar nossa clandestinidade. 
Passageiro como a paisagem de alegria no teu rosto e a volúvel tristeza instaurada em mim.
Por ti fui sossego, relato de uma mansidão antes nunca anunciada.
Por mim foste desapego,o suficiente pra me embriagar os sentidos.
E se é verdade que tudo nessa vida há de ser fábula, fomos juntos a invenção mais bonita.
Florimos um pedaço de terra, fizemos viver alguns paladares e morremos por falta de água ou por excesso dela.

 

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