10 de mai. de 2010

Linhas inacabadas.


Entre mim descansa rabiscos iguais aos de criança.
Em forma, cor, devaneios e intensidade.
Eles passeiam entre os dias de sofreguidão, ternura, ausência e melancolia.
Carregando minhas marcas tênues e secretas.


Eles são companhia na solidão e nos dias que são apenas dias.
Rabisco com a alma, sem balbuciar uma palavra.
Rabisco com os olhos, encontrando até o que não devia ver.
Rabisco sem utilizar ferramentas, apenas com a imaginação.

E o que me encanta nisso é a possibilidade de rabiscar-me a cada dia,
Exatamente como quem comanda uma história.
Sendo agradável ao meu modo e direção.
Tornando-me linha inacabada por vontade própria.


Por isso rabiscos são bem-vindos em mim.
São parceiros desejáveis que me permitem comandar as linhas.
Respeitam minhas ausências
E vão embora deixando rastros, vazio e saudade.


Thamila Cristina,
Uma admiradora de rabiscos,tentativas e possibilidades.

Um comentário:

  1. A tênue diferença entre o controle das nossas linhas e a autonomia que possuem os nossos rabiscos sobre nós mesmos.
    =D

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