Desde segunda-feira ( dia 3 de Outubro de 2011) está acontecendo no Facebook,entre seus usuários,uma intervenção referente a troca de imagens do perfil por personagens de/ou desenhos infantis em combate à violência infantil ou em saudosismo à tempos infantis.
Dentre os tantos motivos que objetivam essa ação (semana da criança, campanha contra violência infantil, recordações da infância, afeição aos desenhos/personagens etc) não podemos negar (simpatizantes ou não) que isso tem um efeito (ou vários) no que tange a temática relativa às infâncias. E não me venham com o discurso da intervenção vazia ou sem fundamento, portanto não efetiva para além da troca da foto, porque somente o fato de conjecturarmos uma rede social (quase em soberania) discutindo e vendo e curtindo e criticando essa ação já é um indicativo que esse assunto não passa ou passou despercebido pelos facebookeanos. (se assim podemos nomear!)
Minimamente vemos revelado um modo de reivindicar e entender (seja a favor ou contra a maré) que enxerga a infância ou a sua própria infância de variados modos frente as necessidades ali reivindicadas a priori.
Evidente que as conjugações são inúmeras e que não podemos resguardar que o motivo dos interesses seja o mesmo para todos os que optaram por trocar a imagem do perfil. Porém, sem dúvida, me resta provocar o deslocamento ( e PORTANTO AÇÃO, caros!) de falar narrando ou imageticamente sobre a infância dos outros ou a sua em pleno facebook.
Que a problemática da violência infantil não esteja cessada depois das manifestações, isso é fato! Ponto de discussão e ação interessante para os murmúrios anteriores e posteriores dessa manifestação na rede social, mas o que não podemos negar é que logo no mês "destinado" economicamente em potencial para as crianças, tão como o mês de efervecência jurídica e política, pela visibilidade de questões sobre infância e direitos humanos, infância e trabalho infantil, infância e exploração, infância e comemorações ... uma ação como essa não é mero detalhe da estação. Ela diz de um tempo, de lugares ocupados, de discursos interessados e portanto do modo como concebemos infância e suas nuances, inclusive pelo que reivindicamos a elas, por elas e diante delas.
Eu, facebookeana!
Bem, eu tenho conta no facebook e troquei a minha foto do perfil por a de um personagem.
Não pensei muito sobre aderir ou não a modinha, aderi sem grandes reflexões. Mas com algum desejo, sem dúvidas!
Escolhi a Lucy Van Pelt, uma garotinha de um desenho maravilhoso que assisti até algum tempo e do qual leio as tirinhas até hoje -
Porém, foi profundamente durante os ecos da manifestação que me vi diante da minha escolha e da minha ação, referente ao lugar como vejo a infância e como (re)penso sobre ela. E que, sem isenções, me fizeram falar de algum lugar, seja da minha infância experimentada (e saudosa) ou de como opto por olhar de hoje, com minha exterioridade e adultice.
E depois de algum pensar optei por narrar minha lucy desse jeito, do jeito que a vejo. E também do jeito como provoco meus pensamentos acerca da infância.
A lucy é a criança insuportável de conviver.
Ela não é bondosa, quieta e revestida de melosidades.
Na verdade, ela é mal-humorada, mandona e egoísta.
Diante disso,fico me perguntando se suportamos infâncias que estampam tais características?
(...)
(...)
Ela é pra mim misto de provocação e alívio.
Me provoca os “ondes” que a infância tem de caber e me alivia por soar, móvel e imprevisível, em detrimento do que lhe reservamos de inacabado. ( ou em formação ou em fase de desenvolvimento, como queiram!)
A lucy é infância, mas também pode ser política, ética, estética, arte ...
ou seja, aquilo que ousarmos suportar.
*Ilustração retirada do google imagens, mas com modificações de montagem e fotografia minhas.
**Conta do Facebook de Lucy van pelt: http://www.facebook.com/Thamilacristina

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