4 de set. de 2011

Ode aos domingos.

(..) Sei que há uma história
pra contar domingo
Na praia, no sol, no mar
ou num navio a navegar
num avião a decolar
indo sem data pra voltar
toda de branco no altar
Quem vai sorrir?
Quem vai chorar?

Marcelo Jeneci,
pra sonhar.



Domingos me causam agonia. Não sei exatamente o que me invoca os nervos, mas suponho ser o conjunto da obra por inteiro. O clima de melancolia dos dias que se gastam estampados tão friamente na nossa cara. A festa que quase sempre se deu por encerrada  e os fragmentos que restam do que ficou, propriamente sobre aquilo que nos mantém "inteiros" para seguir adiante. 
Domingo é luto também, pois o sol já não queima como no sábado, as máscaras já não cabem no rosto e a beleza se improvisa na tristeza. É um dia vagoroso, apesar de concorrer com nosso desejo de pressa. Tanto que a gente deixa de vivê-lo para viver o desejo que ele não acabe. 
Pois sempre pensamos no que virá, naquilo que vem depois do depois do depois.
(E depois????)
Por isso a agonia dos domingos. Eles têm me afetado por causa do agora, a estranha melancolia do efêmero. São dias que não enfeitam tristeza nem maqueiam as náuseas. Eles apenas são junto conosco, no calor dos lençóis amassados e no escuro do quarto bagunçado.

Há outra coisa interessante que podemos sentir sobre os domingos: eles são figuras linguísticas transvestidos em palavra. O que significa que eles podem ser qualquer dia de qualquer hora de qualquer tempo de qualquer pessoa, depende de quem lhe der fôlego de vida!

Os meus se espalham por aí, quase sempre aos domingos, mas às vezes em outros tempos.





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Nunca pensei em casar em um domingo, mas depois da música 'pra sonhar' do Marcelo Jeneci cogitei essa hipótese. Ela me levou a sonhar com outras figuras de linguagem para os domingos. E eu gostei do que senti.


      

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