O que palpitava insone naquela noite se resumia para além da música do Chico tocando no rádio desesperado da máquina azul. Alguma música com nome doce de escritora, com um quê tristonho e meloso de desamor.
No gole de ares do cantor podia se ouvir os risos sutis do começo da noite, confundido entre os acordes menores que se manifestavam diante de mim com o agridoce daquela ocasião.
Ela me recordava uma noite de Julho estampada ao meio, rasgada entre o conveniente e a decepção.
Éramos dois ou três em disparada, famintos de solidão e carentes de si.
Não, éramos mais.
Se me recordo tínhamos pernas e braços para o mundo inteiro e memória pra dar e vender para os mais distraídos.
Mas se perguntassem seu gosto eu cambalearia ali, irremediavelmente apaixonada, com a força das entranhas e com o mesmo perfume que me afogou os sentidos.
Se me recordo tínhamos pernas e braços para o mundo inteiro e memória pra dar e vender para os mais distraídos.
Mas se perguntassem seu gosto eu cambalearia ali, irremediavelmente apaixonada, com a força das entranhas e com o mesmo perfume que me afogou os sentidos.
A verdade é que sem ti me doía toda, lembrando das nossas improváveis aventuras.
(...)
E se preciso fosse contornaria infinitas vezes aquela cama com as mãos, com os punhos borrados de sangue, procurando você em todos fios, pra gente se embriagar com uma última canção.
(...)
E se preciso fosse contornaria infinitas vezes aquela cama com as mãos, com os punhos borrados de sangue, procurando você em todos fios, pra gente se embriagar com uma última canção.
me lembrei de quarto de dormir, do jeneci :~
ResponderExcluirÉ muito legal ver a cor que cada pessoa dá ao texto. A sua foi toralmente inesperada. Bacana! Fui ler a letra com carinho pra poder ver as semelhanças! haha'
ResponderExcluirEsse texto é a reunião de alguma das minhas palavras preferidas: doce, tristonho, meloso, desamor, acorde, agridoce, solidão, distraídos, sentidos, embriagar, canção! *-*
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