13 de fev. de 2010

a menina e os confetes.


Ela não sabia o que dizer daqueles confetes caindo a sua volta,quanto mais tentava fugir do colorido,mas eles teimavam em cair lentamente em sua cabeça.
A passos largos ela apressava o andar e nunca havia reparado como aquelas ruas eram longas,até precisar que naquele dia elas colaborassem pra se encurtar,mas que nada,o chão de terra firme estava adorando receber todos aqueles confetes,já ela, estava apavorada com tamanha alegria.
É,alegria incomoda!
E pra ela que se acostumara a ser triste a maioria dos dias,aquela época era a morte.
O colorido e a zuada dos trompetes icomodava até rachar a alma. E o pior de tudo era a dor que ela sentia por saber que devia estar lá no meio,de máscara e fantasia,cantarolando cartola ou pixinguinha. Essa era a pior dor,a de querer e não conseguir.
E quanto mais caminhava em sentido oposto aquela diversão,seus olhos sabiam que deixavam pra trás mais um ano a posibilidade de fazer diferente.
A essa altura do caminho ela já suava e respirava baixinho,pra ninguém ouvir seu lamento,ela sempre ouviu dizer que nessa época as pessoas enxergam tristeza de longe,e a dela,então,podia ser notada há quarteirões.
Foi aí que eu entrei,notei desde o início da rua que aquela menina franzina com vestido de flor destoava da folia,corria em oposto à alegria.
Fiz compannhia a ela durante a longa e estreita rua,ela não reparou em mim,estava apressada demais em fugir daquele lugar com cheiro de diversão.
Quando a longa rua acabou,ela virou a esquina sem olhar pra trás e foi em direção a sei lá o quê.
Eu parei onde estava,deixei a melancolia entrar por cinco segundos,vi tornar verdade o que meu pai sempre fala, que folia rima com melancolia. Ri alto e sozinho,zombando de mim mesmo por duvidar do meu velho,depois disso voltei tudo que havia andado,com pressa pra não perder o bloco e o motivo de alegria que me troussera aquele  lugar.
A menina do vestido bonito nunca mais vi,só lembro dos seus olhos arregalados de solidão.
Até hoje fico a imaginar que fim levou sua história,pois desde aquela tarde de domingo ela não saía da minha.

Thamila Cristina.

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