15 de mar. de 2013

Nota sobre a escassez

Um escasso respiro para o que bagunça. Não te tenho todo amor do mundo, já é bom que saibas disso pelo começo. Desse mundo outro, cruel, estranho e entupido de gente ácida. Mas te tenho amor, talvez cólera, talvez viço. O que em mim cabe todos os tempos do relógio parado da tua sala de estar. Te tenho em mim. Guardo, rezo, rompo. A mim te dou quase sempre, quando posso ser também de outros gestos. Somos, juntos, bem menos que o amor todo desse mundo duvidoso. Por mistério, não queremos todo o amor que há nessa vida. Tão menos. Talvez sumir. Ficar em ti como poeira, que acha beleza em fazer-se companhia para as narinas do universo. Grão. de nós dois por aí aprendendo que amor é coisa pouca, pois grande mesmo é partir. Tão. sua-minha-sina. Nossa história esquecida para todas as gerações que virão. E daí? Vive-se tão pouco para virar posteridade. E preocupa-se tão muito com o amor e suas variações.  Por sorte, delicadeza ou reafirmado mistério, tu és meu escasso respiro para o que bagunça. 

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