29 de mai. de 2012

Revanche


Se meus ossos tremessem diante de ti eles diriam quanto desprezo tenho do legado que tu deixas ao mundo. E é de raiva que revisto minha prece, senhora dos possuídos, dos desviados de razão, dos que mastigam a fatia da indiferença. Digo isso pra não falar de tristeza, da árdua carnificina que fazes à minha gratidão. Mas não quero que sintas pena ou que me contrarie com a mesma malevolência dos julgos enfermos de outrora. Cansada estou de tudo que respira você, dos gestos ensaiados que desenham a ti e da meia dúzia que te segue à seco. É de vaidade que revestes teu gozo, alegria pelo pesar alheio. És sombra. És viço. Comida indigesta dos meus embrulhos. O que sobra, maltrapilho de mim, és tu. Antes fosse amor, palpitação, elogio recompensado. Quem dera alegria, desatino dum momento que não se pode voltar. Não, és negação. Teimosia que mata, que morre, que subtrai. De você sei os efeitos que produz e do rastro de decadência que fabrica nos sorrisos que antes eram largos. Passageira, vai sem que te saúdam e não volta tão cedo a me atormentar.




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