Eu não sei agradecer carinho!

Não adianta, já tentei todas as artimanhas possíveis que podem ser tentadas em desespero, vertigens e solidão. Arquitetei imaginações, condecorações, ensaiei palavras decoradas, mudas, insólitas ... desisti de me desafiar a ter um dom que não me pertence. Lamentei alguns segundos e desisti leve, quase como um balão de gás que sobe, sobe, passeia por aí.

É sobre essa minha tentativa e a leveza de não conseguir completá-la com sucesso(?) que retorno hoje por aqui. 

Antes, saúdo a todas minhas companhias com um largo sorriso. Lento, cansado, vacilante, mas ainda assim largo. E como é bom retornar aqui e imaginar vocês aí em algum lugar, em alguma esquina desse mundão bonito e insano que nos acompanha. Bem-vindos novamente, e sempre ...

O que me traz aqui são duas pessoas (especiais) que cruzaram meu caminho num dia desses bonito e insano e me seduziram, de maneiras avessas, pra minha própria sorte. Como eu não sei agradecer carinho, esses escritos não trazem em si essa intenção, eles são apenas uma forma de registrar um presente.  Uma forma bonita de receber presentes!

A Renata é de São Luís no Maranhão e apesar de "longe" geograficamente me enviou um presente lindo há alguns dias: uma carta, um disco e um marca-livros. As três coisas dizem muito de mim e a Rê deve ter prestado atenção com cuidado nas minhas nuances,o que me deixou arrebatadamente emocionada. ( Poucas pessoas prestam atenção nos detalhes e nas pausas do outro hoje em dia). A Rê é uma pessoa rara!

O sabor maranhense de carinho!

A outra criatura especial também motivo desse post é a minha "filha" grande Alana. Há algum tempo a Laninha tinha escrito no seu teimoso e aconchegante blog um texto para mim. E eu li, reli, li de novo, salvei no meu pc e até sonhei com ele. Fiquei boba,boba, minha gente ... tinha que ver! E aí, eu pedi pra ela escrevê-lo a mão pra eu guardar e ler repetidas vezes "nas minhas manhãs de inverno" . E não é que ontem a Alana me deu o texto escrito e pra minha surpresa deixou o que por si só já era bonito mais aconchegante e delicado. Me tocou.

Quer ler o texto original , clica aqui ó no blog dela!

E assim, depois de receber o carinho de pessoas tão queridas, fico sempre a imaginar o que vem depois, os procedimentos daquele instante em diante. 

Foi aí que eu percebi que eu não sou muito boa com agradecimentos, fico toda embolada com esse negócio todo de retribuições. Pra mim, a imagem sentida é sempre maior que a imagem que podemos simbolizar.  Por isso, guardo os sentidos, a emoção , a voz embargada, o acelerado do coração e sigo vivendo com as transformações isso causou em mim. E elas não foram poucas!

"O espelho, que ficava na parede acima da pia,

entre os quadros de gatos com toucas de banho e olhar curioso,

estava embaçado pelo vapor e nele ela desenhou.

Esticou o braço e fez nuvens ao avesso.

Ou como ela diria, fez sonhos ao seu redor para abastecer mais um dia. Glorioso dia."

Entre o chão e os ares, Alana Ávila.