Quase nunca falo de mim, apenas de minhas personagens.
Pálidas, ávidas, negras, gélidas, finas e cheias de ternuras.
E de tantas em tantas que faço, pergunto se delas tenho mais que a intenção da pena.
Sinceramente, não sei como responder essa pergunta.
Acho lamentável ficar explicando o que não pede pra ser explicado.
E mesmo que pedisse, coisa chata é ter que sempre retornar à gênese das coisas.
Eu sou isso,aquilo e o adiante,o retorno e o contorno,o labirinto e a paisagem.
E nada sou nada mesma intensidade.
Tem dias que fico sentada no meio da vida, colhendo cerejas sangradas de volúpia, jogando pedrinhas ao vento e sofrendo de felicidade.
Em outros alivio meus pecados, a dor e o cansaço, implorando pra viver!
Coisa bo
E depois de tantas desobrigações, desobrigar-se até dela também, fazendo desdém do que virou acordo.
E se retorno a elas, como na inquietação inicial, retorno também a ti, a mim, a nós.
O que somos, afinal, se não fingidores do caos?
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