" [...] Perguntam-me sobre a minha tristeza. Respondo: ela é filha das decepções, mas a mãe dos vários eus que convivem dentro de mim. Sou filho das dores e alegrias que me sobrevieram ao longo dos anos. Viver é isso: não deixar que as alegrias me deixem superficial ou que as dores me desfigurem pelo ódio. Lembro de Mia Couto: “Eu somos tristes. Não me engano, digo bem. Ou talvez: nós sou triste? Porque dentro de mim, não sou sozinho. Sou muitos. E esses todos disputam minha única vida. Vamos tendo nossas mortes. Mas parto foi só um. Aí, o problema. Por isso, quando conto a minha história me misturo, mulato não de raças, mas de existências”.
Nas existências que vivo, aprendo resiliência, perseverança e santa teimosia que, juntas, me animam ao imperativo de amar."
Ricardo Gondin
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