23 de jun. de 2009

Acompanhado é melhor

Partilhar as próprias conquistas com um parceiro é mais prazeroso

Emoções compartilhadas – e por isso denominadas sociais – relacionadas à inveja e à alegria de obter sucesso em algum empreendimento costumam ser vividas com mais intensidade que sentimentos como alívio e arrependimento, em geral experimentados de forma solitária. Uma equipe coordenada pelo pesquisador Aldo Rustichini, da Universidade do Minnesota, Estados Unidos, usou a capacidade da pele de captar estímulos e conduzi-los ao cérebro para medir a excitação emocional de voluntários enquanto eles participavam de um jogo de loteria em duas situações: quando apostavam sozinhos e quando o faziam com um parceiro. Os cientistas descobriram que as emoções de inveja e triunfo dos voluntários (quando comparavam suas vitórias com as do outro) eram muito mais fortes que as de alívio e arrependimento (quando jogavam sozinhos). As emoções sociais parecem induzir mais resposta do córtex orbitofrontal e do gânglio basal, regiões do cérebro envolvidas com o processamento de recompensa, de acordo com dados obtidos por meio de exames de ressonância magnética funcional. Também são essas áreas que se excitam quando contamos nossas conquistas a pessoas afetivamente importantes para nós. Os testes de neuroimagem também indicam que partilhar vitórias com quem amamos pode ser tão prazeroso quanto viver o momento da conquista.
O prazer de vencer ficou acima de todas as emoções, no que diz respeito à intensidade, segundo Rustichini, que realizou o estudo com os neurocientistas Nadège Bault e Giorgio Coricelli, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França. A raiz de nosso prazer em nos destacar de forma positiva pode ser evolucionária. Entre animais, uma posição mais alta ajuda na competição por comida e parceiros; entre seres humanos o sucesso (embora nem sempre merecido) pode significar mais dinheiro e reconhecimento dos pares.


blog Mente e cérebro

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