O preço do preconceito
Muitas vezes, quando tomamos uma decisão complexa fatores legítimos e justificativas racionais mascaram opções feitas com base em preconceitos – tão disfarçados que são difíceis de serem identificados, até pela própria pessoa. Pesquisas recentes realizadas na Universidade de Chicago desvendaram alguns desses cenários complexos, revelando que as pessoas estão dispostas a sacrificar aspectos das próprias escolhas para satisfazer tendências que escapam à consciência. No estudo, psicólogos pediram a voluntários que imaginassem a si mesmos e a um parceiro competindo em um jogo de perguntas e respostas. As pessoas receberam perfis de dois possíveis competidores, com informações sobre educação, quociente intelectual (QI) e experiência anterior nesses jogos. Uma fotografia de uma pessoa, ou gorda ou magra, era anexada a cada perfil, e os participantes deveriam indicar quem preferiam ter como parceiro, julgando, em seguida, mais 23 pares de possíveis companheiros, com diferentes atributos.
Ao verificar quais variáveis afetavam a escolha dos voluntários, os cientistas descobriram que eles estavam dispostos a sacrificar até 12 pontos de QI, para terem um parceiro magro. Em um experimento semelhante, o grupo descobriu que, ao comparar ofertas de emprego, os indivíduos estavam dispostos a reduzir até 22% do salário, para terem um chefe homem. “Existe um preço a pagar pelas influências, das quais podemos ou não estar conscientes”, ressalta o pesquisador Eugene Caruso. “Se aceitamos um salário mais baixo para ter um chefe homem ou estamos dispostos a ter um parceiro com QI mais baixo, porém mais magro, em última instância, estamos discriminando a nós mesmos: baseados em idéias limitadas, nos privamos de melhores chances de sucesso”. Segundo Caruso, a melhor forma de evitar essa forma sutil de auto-sabotagem é não se deixar levar por idéias prontas e nos permitir experimentar outras possibilidades.
Blog mente e Cérebro
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