20 de mar. de 2009

Se as pedras falassem.



E as pedras devem ter pensado:
ainda bem que não nascemos humanas!

O barro era quente,a poeira subia naquele deserto e a multidão se aproximava com veemência.Os passos plurais revelavam muito ódio e o passo singular exprimia medo da morte.
Aquele cenário,para as pedras,representava uma conturbação de seres humanos que usavam elas como ferramentas,sem permissão,para expor outro da mesma espécie à miséria.Aquilo para as pedras deve ter sido no mínimo,constrangedor.
Onde já se viu,a mesma espécie,os mesmos sentidos,o mesmo ar e a grande soberba de se achar melhor que o outro. Isso se vê,diariamente,na humanidade.Realmente seres humanos são bastante contraditórios. E se não bastasse o calor INFERNAL do clima e das reações,a multidão ainda tinha tempo para bradar em alta voz a desgraça alheia. E assim como as pedras,um observador singular ouvia a condenação. Imagino que naquele momento Ele também sentiu vergonha de pertencer,pelo menos em carne,aquelas pessoas.
Entre riscos e rabiscos,Aquele homem ouvia o lado vergonhoso da religiosidade.E você que lê atentamente esse texto com certa revolta,não se espante:talvez todos nós estivéssemos do lado nefasto da multidão.Por que essa história se repete todos os dias em nossas vidas,e a não ser que estejamos sendo apedredejados,provalvelmente estaremos julgando quem o seja!
Mas,Aquele Homem,único em graça e misericórdia,se levanta diz:ontem,hoje e eternamente;
- E quem dentre vós não for pecador,aí sim atire a primeira pedra!
E a mulher que já não se contia de medo e desespero,ouviu aliviada o som das pedras empoeirarem o chão.
E um por um,deixou aquele lugar, Mas o observador,que é apaixonado por um coração contrito e quebrantado,olhou no olho daquela aflita mulher e disse: Vá e não peques mais.
Depois de tudo isso,devem ter restado apenas aquelas pedras e a presença trasformadora de Jesus.Talvez Ele deva ter continuado seus rabiscos ou talvez deva ter feito carinho nas pedras!

Thamila Cristina

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